Na edição 0321 do RD Notícias, datada em 08/03/24, o jornalista Ricard Fernandes escreveu um artigo questionando a data de comemoração da primeira imigração italiana no Brasil. O questionamento foi gerado através de um convite que Fernandes recebeu para prestigiar um evento em que a Assembleia Legislativa de Santa Catarina estaria, em ato solene, comemorando os 150 anos da imigração italiana no Brasil. Ocorre que tal ato comemorativo está equivocado, pois, a primeira imigração italiana no Brasil estará, neste ano, comemorando 188 anos. Comprovadamente, através de farta documentação evidenciamos a verdadeira história. O artigo tomou uma grande proporção e chamou a atenção, inclusive, do ex prefeito (por duas vezes) Daniel Netto Cândido de São João Batista, hoje deputado estadual, onde o parlamentar, que chegou minutos antes do encerramento, manifestou sua crítica ao falar na VII Assembleia Geral Ordinária da ADENPIB – Associação dos Descendentes e Amigos do Núcleo Pioneiro da Imigração Italiana no Brasil, realizada no último sábado (09/03) nas dependências da Câmara Municipal de São João Batista “A nossa história foi ofendida. A nossa história não está sendo defendida por quem deveria defender”, acrescentou. O que chama a atenção, na fala do parlamentar, é que na Assembleia Legislativa permitiu que a comemoração alusiva aos 150 anos fosse aprovada, sem emitir qualquer tipo de questionamento. Durante a Assembleia, além de outros atos ordinários da ADENPIB, houve alusão, com minuto de silêncio e oração especial, aos 188 anos de chegada, em março de 1836 ao Porto de Nossa Senhora do Desterro (Florianópolis), do navio “Correio”, trazendo a bordo 186 imigrantes procedentes da península itálica. Em seguida, 132 desses imigrantes fundaram a Colônia Nova Itália no alto vale do rio Tijucas-Grande, território da então Freguesia e Município de São Miguel da Terra Firme, no atual município de São João Batista. A ADENPIB já iniciou a organização dos festejos relativos aos 190 anos do início da imigração italiana no Brasil, que ocorrerá em 2026 (1836 – 2026). Um livro sobre os fatos históricos está sendo organizado. Também falou na assembleia de sábado, presidida pelo historiador Paulo Vendelino Kons, figura de extrema relevância no atual cenário e batalhador a cerca de 10 anos pela causa de correção da data, que coordena o movimento “SC Requer a Correção do Erro Histórico”, o Coordenador dos Círculos Trentinos de Santa Catarina e Paraná da Associazione Trentini nel Mondo, Andrey José Taffner Fraga que, igualmente, endossou a tese da ADENPIB. O “Movimento Santa Catarina Requer a Correção do Erro Histórico” busca a correção do erro que está contido na lei federal nº. 13.617/2018, sancionada pelo presidente da República em 11 de janeiro de 2018 e publicada no Diário Oficial da União de 12 de janeiro do mesmo ano, que atribui, equivocadamente, ao município de Santa Teresa, no Espírito Santo, o título de “Pioneiro da Imigração Italiana no Brasil”, que de fato pertence à Colônia Nova Itália, no município de São João Batista, em Santa Catarina. Com o lema “Non si può negare la storia, la vera storia!” (Não se pode negar a história, a verdadeira história), o Movimento teve seu início em 12 de janeiro de 2018, data em que o Diário Oficial da União (DOU) publicou a lei federal nº. 13.617/2018, sancionada pelo então presidente Michel Temer, no dia anterior. A colonização italiana no Espírito Santo ocorreu 37 anos e 11 meses após, a partir de 17 de fevereiro de 1874.