Na terça-feira, 20, o cenário diplomático entre Brasil e Israel ganhou novos contornos após o chanceler israelense, Israel Katz, usar o Twitter para exigir, mais uma vez, um pedido de desculpas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva por suas recentes declarações. No domingo, 18, Lula comparou as ações israelenses na Faixa de Gaza ao Holocausto, o que provocou uma grande polêmica.
Katz criticou duramente as palavras de Lula, classificando-as como “promíscuas e delirantes” e considerando-as um insulto aos judeus brasileiros, reafirmando que Lula permanece persona non grata em Israel.
As tensões entre os dois países se intensificaram após a declaração de Lula em Adis Abeba, Etiópia, desencadeando uma série de reações diplomáticas pelo mundo. A situação escalou quando Katz anunciou que Lula era persona non grata em Israel, uma postura que o assessor especial da Presidência, Celso Amorim, considerou “absurda”, recusando-se a emitir um pedido de desculpas em nome de Lula.
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu também se pronunciou, acusando Lula de “banalizar” o Holocausto e “cruzar uma linha vermelha”. A convocação do embaixador brasileiro em Israel para uma reprimenda e a subsequente repreensão ao embaixador israelense no Brasil por Lula, acompanhadas da convocação de Meyer para “consultas”, complicam ainda mais as relações diplomáticas.
Essa escalada de tensões motivou mais de cem deputados federais a assinar um pedido de impeachment contra Lula, liderado pela deputada Carla Zambelli (PL-SP), sob a alegação de que as declarações do presidente configuram crime de responsabilidade, exacerbando ainda mais a crise diplomática entre Brasil e Israel.