A multa de R$ 88,9 mil aplicada pela Fundação Lagunense do Meio Ambiente (FLAMA) a um restaurante na Ponta da Barra, em Laguna, sob acusação de violação ambiental, continua dando o que falar.
Após as críticas do presidente da Câmara, Hirã Floriano Ramos (MDB), durante sessão extraordinária na tarde desta segunda-feira, dia 15, horas mais tarde foi a vez de o próprio presidente da FLAMA, Dener Vieira Nascimento, ir às redes sociais para se defender das acusações feitas pelo vereador. O restaurante autuado pelo órgão ambiental de Laguna pertence à família de Hirã.
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Em um vídeo, Dener começa afirmando que não iria discorrer sobre os detalhes da decisão administrativa, tornada pública na sexta-feira, dia 12, que culminou com a multa ao estabelecimento, bastante tradicional na cidade.
“Desde sexta-feira venho sendo ameaçado, perseguido, recebendo alguns áudios e também intimidações políticas, para que a decisão fosse revertida”, diz Dener, mostrando prints de conversa por aplicativo de mensagem com o presidente da Câmara.
Dener afirma que já registrou boletim de ocorrência. “Ocupar um local na política sendo jovem e assumidamente gay acaba muitas vezes ocasionando preconceito, resistência e histórias mirabolantes”, afirma.
O presidente da Flama disse também que não decide sobre o processo, apenas confirma o relatório dos técnicos e o parecer jurídico. Dener lembrou que durante a fala de Hirã, em diversos momentos, foi chamado de “moleque”.
“Em nenhum momento houve irregularidade na aplicação da multa”, garante. “A multa deveria, sim, ser aplicada”, completa Dener.
Mais adiante, o presidente da FLAMA afirma: “Ataques à minha pessoa não vou admitir. Tentativa de ameaça e de interferir no meu trabalho, também não vou admitir. De forma alguma eu posso deixar que essa minha credibilidade seja abalada por pessoas que utilizam do abuso de poder”. Dener complementa: “Agi tecnicamente, e todo o processo foi instruído com responsabilidade”.
“Não vou aceitar que coronéis da política tentem interferir no meu trabalho e tentem me amedrontar ou ameaçar. Se durante diversos governos ninguém teve a capacidade de finalizar esses processos com medo de represálias, não posso fazer nada. Apenas fiz meu trabalho”, diz o presidente da FLAMA.