“A informação que eu tenho é de que possivelmente o próprio whatsApp foi excluído, mas os dados foram recuperados”, conta.
Foram nestas mensagens que os investigadores conseguiram identificar o modos operandi de Correa como mensageiro da Versa Engenharia.
O segundo depoimento aconteceu por volta das 15h15 desta quarta-feira. Nele, outro investigador do caso prestou depoimento para a Justiça.
O policial civil disse que não teve acesso aos conteúdos dos antigos prefeitos de Imaruí investigados, mas que com a análise do celular apreendido foi possível achar provas contra Correa.
“As mensagens relacionadas aos alvos foram apagadas. Identificamos ainda uma conversa com o mensageiro. As conversas começaram em março de 2021 e a última foi em junho de 2022”, conta.
Em conjunto com as mensagens, o policial disse que foram analisadas as chamadas telefônicas, que também identificou os momentos dos encontros com o mensageiro.
“Os locais de encontro eram um posto de gasolina, na prefeitura e em uma praça perto da prefeitura”, conta o investigador.
O prefeito morava com a mãe, e no dia da busca demorou a abrir a porta para apagar mensagens, segundo o Gaeco.
Nas conversas, que foram recuperadas pela Polícia ainda que apagadas, foram identificadas mensagens entre o político e o mensageiro da empresa Versa no dia 24 de novembro de 2022.
“Nas mensagens identificamos que entre 8h e 9h do dia seguinte [25/11] o prefeito Patrick Correa estava na prefeitura. O celular do mensageiro deu a localização próxima da prefeitura. É provável que ali foi feita a entrega da propina”, conta.
Segundo o investigador, R$ 10 mil em dinheiro vivo foram encontrados no gabinete de Patrick Correa.
“Encontramos o dinheiro amarrado com elásticos dentro de uma sacola, em um armário”, conta.
Questionado, o investigador contou que o gabinete permanecia fechado quando o político não estava no local e que o armário era de fácil acesso apenas para quem conhecia o gabinete.
Durante o depoimento dos investigados, Patrick Correa foi flagrado pela equipe da NDTV com ações que supostamente indicavam que o prefeito estava incomodado com as declarações.
A todo o momento o investigado levava as mãos na cabeça e cochichava com seu advogado. No entanto, o Grupo ND não pôde registrar e divulgar estas reações pois a defesa de Correa proibiu a imprensa de mostrar a sua imagem na audiência.
Correa deve prestar depoimento na sexta-feira (18) e nesta quarta-feira está apenas como ouvinte das declarações dos agentes.
O prefeito de Imaruí foi preso em 27 de abril deste ano. Corrêa é o primeiro prefeito preso na 4ª fase da operação do MPSC a ser acusado de participar do esquema de corrupção.
Da data da prisão, a casa do prefeito e a a Prefeitura de Imaruí também foram alvos de mandados de busca e apreensão. Mas, segundo o procurador do município, Luiz Carlos Rovaris, nenhum objeto ou documento foram apreendidos.
O município de Imaruí chamou a atenção dos investigadores do MPSC. Isso porque, segundo o Ministério Público, é o único caso onde o atual prefeito, Patrick Correa (União Brasil), e outros dois ex-prefeitos têm ligação suspeita com o mensageiro, responsável por realizar o pagamento das propinas da Versa aos agentes públicos, conforme a investigação.
“Imaruí possui uma particularidade interessante: os contatos [nome do mensageiro] sempre foram com o atual prefeito e outros dois ex-prefeitos”, afirma o Gaeco em trecho do documento.
*Via ND+