A Central de Movimentos Populares (CMP) e o Movimento Cultural de Conscientização Negra Tubaronense (Mocnetu) entregaram nesta segunda (14), na Câmara de Vereadores de Tubarão, uma carta-manifesto em virtude “das lamentáveis situações recorrentes de racismo em Tubarão”, enfatiza o documento.
A carta foi entregue logo após a manifestação ocorrida durantre a tarde, desencadeada pelas mensagens racistas vindas de um grupo de adolescentes, entre eles alunos do Colégio Dehon.
Há alguns dias, um print com as mensagens no WhatsApp circulou nas redes sociais e gerou revolta. As falas exibem teor racista aparentemente dirigidas a um colega negro durante os jogos escolares. As mensagens ofensivas tinham xingamentos que iam desde asfalto derretido a chorume e falavam em chibatadas.
A ação pacífica e apartidária saiu na tarde de ontem do Centro Municipal Cultura Willy Zumblick e seguiu pelas ruas até a Câmara de Vereadores de Tubarão, onde foi entregue a carta. Dezenas de pessoas participaram do ato. Na manifestação, cartazes com frases como “Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor. Se aprende a odiar, pode ser ensinado a amar” ressaltavam o amor e o respeito ao próximo.
Já na carta-manifesto entregue na Câmara, é enfatizado o descontentamento dos últimos acontecimentos no município, “haja visto que não há notoriedade suficiente para conter os casos de racismo ocorridos nos últimos meses. Não queremos ver mais um dos nossos com um corpo estendido no chão; bem como alunos(as) negros(as) serem humilhados por conta da cor da sua pele”, diz.
“Por conta disso, vimos reivindicar que sejam priorizadas, de forma mais enfática, políticas afirmativas de igualdade racial, e que se configure uma Agenda Antirracista prioritária a partir das áreas: educação, saúde, trabalho e renda e ao combate à violência racial”, ressalta o documento entregue.
Como propostas apresentadas pelo grupo à Câmara, estão ainda estruturar a criação de uma comissão de monitoramento em casos de racismo no município de Tubarão; e formação e capacitação da lei que implementa a educação para as relações étnico-raciais, através do estudo da cultura afro-brasileira e africana dentro dos espaços escolares no âmbito público e privado.
Fonte: Foto: Diário do Sul