Uma manifestação contra os recentes casos de racismo e preconceito registrados em Tubarão acontece às 17h de hoje.
Segundo os organizadores, a ação é pacífica e apartidária, terá como ponto de encontro o Centro Municipal Cultura Willy Zumblick, no Centro, e seguirá pelas ruas até a Câmara de Vereadores.
“Queremos conscientizar e alertar as pessoas sobre o que tem acontecido e também pedir que os vereadores apoiem a criação de um setor específico para fiscalizar esses casos, o que não vemos hoje”, explica Jorge Eduardo da Silva, um dos nomes à frente da manifestação e presidente do grupo AfroArt Brasil Sul de Etnias.
Entre os casos mais recentes, está o que envolve mensagens racistas vindas de um grupo de adolescentes, entre eles alunos do Colégio Dehon. Um print com as mensagens no WhatsApp circulou nas redes sociais nos últimos dias e gerou revolta na cidade.
As falas exibem teor racista aparentemente dirigidas a um colega negro durante os jogos escolares. As mensagens ofensivas tinham xingamentos que iam desde asfalto derretido a chorume e falavam em chibatadas.
O Dehon emitiu uma nota oficial onde nega qualquer envolvimento ou participação nos atos discriminatórios e ressalta que as manifestações ocorreram durante o período de férias escolares, em um grupo privado de WhatsApp, sem a participação de colaboradores da instituição. “Por se tratar de crianças e adolescentes, nossa proposta tem por base valores como respeito, ética, privacidade e, por essa razão, repudia todo e qualquer ato de discriminação”, diz a nota oficial do Dehon.
Após a divulgação do caso, a Comissão de Igualdade Racial da OAB de Tubarão está se movimentando junto ao Ministério Público (MP) para que uma medida legal seja tomada. Segundo o advogado e presidente da comissão, Egleston Gabriel Lanzzarin, como são adolescentes, a prática não configura crime, mas sim uma prática análoga ao crime. Com o MP acatando a intervenção, uma denúncia deve ser movida contra os menores e os responsáveis.
Fonte: Sul Agora