Na noite de sexta-feira, 4, em horário próximo ao que foi registrado como o momento do óbito de Anita Garibaldi, Laguna realizou uma homenagem póstuma à heroína dos dois mundos com a colocação de uma coroa de flores em seu busto, localizado em frente à Casa de Anita.
Anita, nascida em Laguna em 1821 como Ana Maria de Jesus Ribeiro, ficou conhecida mundialmente ao pegar em armas para lutar pelos ideais republicanos, que, dentre outros feitos, contribuiu para a reunificação da Itália, onde é reverenciada de maneira fervorosa. A catarinense morreu em Mandríole, em 4 de agosto de 1849.
O ato também marcou a renovação do torrão de terra com a areia trazia do local do primeiro sepultamento da heroína. A tradição de troca com um pouco de areia extraído de Laguna com a coletada em solo italiano foi iniciada na década de 1970 pelo historiador e pesquisador Wolfgang Rau, autor de Anita Garibaldi, o perfil de uma heroína (Edeme, 1975). O gesto foi incorporado no acordo de gemellaggio (cidade-irmã) com o município de Ravena.
A homenagem póstuma contou com a apresentação do Toque do silêncio, executado por musicistas da banda centenária Carlos Gomes, e discursos da presidente da Fundação Lagunense de Cultura (FLC), Vanere Almeida, e do diretor do Instituto CulturAnita, Adílcio Cadorin.
Já na Itália, onde os feitos do casal Garibaldi são altamente valorizados, os italianos reconstituíram a chegada dos garibaldinos à localidade Magna Vacca di Comachio (atualmente denomina de Porto Garibaldi). A encenação lembra o desembarque naquela região durante uma perseguição do Império Austríaco. O teatro histórico ao ar livre ocorreu na última quinta-feira, 3, e contou com simulação de tiroteio e do fuzilamento do padre Ugo Bassi, que escreveu a última carta ditada por Anita.