Entre as investigações e repercussão sobre as explosões no STF (Supremo Tribunal Federal), registrada na noite da última quarta-feira, dia 13, uma operação da Polícia Civil de Rio Grande do Sul prendeu um hacker de 36 anos, que ameaçava autoridades políticas. O ministro Alexandre de Moraes foi um dos alvos do suspeito. Corporação gaúcha apura se o investigado possui alguma relação com autor do atentado em Brasília.
O homem foi preso na cidade de Jundiaí, em São Paulo, nessa quinta-feira (14), durante a Operação Deus Vult, realizada por meio da Delegacia de Polícia de Repressão aos Crimes Informáticos e Defraudações, que contou com apoio da Polícia Civil de São Paulo.
De acordo com informações da polícia gaúcha, a operação apurou suspeitos de praticar atos racistas, extremistas, homofóbicos e ameaças terroristas contra autoridades públicas em todo o Brasil, sobretudo integrantes do parlamento.
Conforme a delegada Vanessa Pitrez, do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais) de Rio Grande do Sul, não há provas de ligação entre o suspeito preso em São Paulo com o autor das explosões no STF. Contudo, o alvo fazia parte de grupos extremistas que podem estar ligados.
“Agora iremos analisar todo o material eletrônico apreendido na casa do suspeito e verificar se eles participavam dos mesmos grupos ou tinham algum tipo de relação”, contou a delegada ao portal ND Mais.
Durante o cumprimento dos mandados, foram apreendidos computador, notebook, tablets, celulares e aparelhos eletrônicos similares na casa do investigado, os quais serão analisados para confirmar a autoria das ameaças feitas contra autoridades públicas, bem como apurar se há outras pessoas envolvidas.
Segundo a Polícia Civil de Rio Grande do Sul, as investigações iniciaram após uma parlamentar gaúcha reportar sobre ter recebido um e-mail com diversas ameaças de morte, agressão sexual, e afirmações racistas e extremistas, direcionadas à ela e também sua família.
Cerca de oito políticos estão entre os alvos ameaçados pelo homem. O ministro Alexandre de Moraes também foi alvo de ameaças feitas pelo investigado.
Em um dos e-mails enviados pelo hacker em dezembro de 2022, há uma ameaça de colocar bombas no STF. O investigado possui histórico com e-mails anônimos com ameaças de atentados a bomba contra Senado Federal e Aeroporto de Guarulhos, sendo instaurados inquéritos para investigação pela Polícia Federal.
As investigações verificaram que esses documentos partiram de um provedor conhecida por sua capacidade de anonimato, cuja sede fica na Suíça e não possui acordo de colaboração com as autoridades brasileiras.
Com o caminhar das investigações, os agentes descobriram que o nome falso utilizado pelo suspeito já vinha sendo explorado por ele desde 2022, bem como possuía diversas ocorrências registradas em todo Brasil, tendo como vítimas diversas autoridades e órgãos públicos.
O diretor-geral da PF (Polícia Federal), Andrei Passos Rodrigues, declarou em coletiva de imprensa, nessa quinta, que as explosões em Brasília, na noite de quarta, não representam “fato isolado” e que a unidade de investigação antiterrorismo da corporação já foi acionada para auxiliar nos trabalhos.
Por volta das 19h30min do dia em questão, o catarinense Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, bombardeou um carro em frente ao prédio do STF (Supremo Tribunal Federal) e detonou outros dois dispositivos próximo a Câmara dos Deputados.
A situação registrada na Praça dos Três Poderes é investigada pela Polícia Civil do Distrito Federal e pela Polícia Federal. Nesta quinta, o diretor-geral da PF, Andrei Passos Rodrigues, declarou que a situação decorre de extremismos políticos.
Durante coletiva de imprensa, Passos disse ainda que já determinou a abertura de inquérito policial e o encaminhamento do caso ao STF (Supremo Tribunal Federal), diante das hipóteses de atos que atentam contra o Estado Democrático de Direito e de atos terroristas.
Ainda na quarta-feira, um inquérito foi aberto, pelo Supremo, para investigar as explosões no STF em Brasília. O presidente do Tribunal, ministro Luís Roberto Barroso, nomeou Alexandre de Moraes como relator do procedimento. A segurança pessoal dos ministros do STF e da Suprema Corte foi reforçada desde a noite dos acontecimentos.