Um empresário catarinense, segundo fontes de Criciúma, e dois supostos comparsas se tornaram réus pelo assassinato de Adélcio Haubert, 65 anos, ex-vice-prefeito de Santa Maria do Herval. A situação foi efetivada após o juiz de Dois Irmãos, Miguel Carpi Nejar, aceitar, na última semana, a denúncia contra os três que devem ir a júri. O crime, de acordo com o Ministério Público, teve motivação financeira. Os três réus devem ir a júri pelo homicídio de Haubert e pela tentativa de homicídio de sua esposa Flávia.
De acordo com a denúncia da promotoria, o empresário delegou o assassinato a um funcionário de confiança, que teria chamado mais dois homens para a execução do crime. Ainda conforme a promotoria a ação dos pistoleiros ocorreu da seguinte forma: “a dupla ficou de tocaia em frente à residência das vítimas, aguardando o momento em que estivessem sentadas no sofá, distraídas, sem qualquer possibilidade de defesa, ocasião em que efetuaram os disparos. Os crimes foram cometidos mediante emboscada, já que os atiradores ficaram escondidos em frente à residência, que é envidraçada, esperando o momento de distração do casal para efetuarem os disparos”.
Crime
O crime ocorreu perto das 20h do dia 21 de outubro de 2020, quando Haubert e a esposa Flávia, na época com 64 anos, assistiam televisão na sala de casa. Um dos tiros, que passaram pelo vidro da janela, acertou a cabeça de Haubert, que morreu cinco dias depois em um hospital da cidade de Novo Hamburgo. Já a esposa, que foi ferida por fragmentos do projétil que atingiu o marido, precisou ter o rosto reconstruído. No momento dos disparos eles estavam sozinhos em casa, uma vez que os filhos e netos moram em outras cidades próximas.
Sobre o suposto mandante:
Nos últimos anos, o suposto mandante comprou empresas, de ramos distintos, todas em recuperação judicial. No Rio Grande do Sul, o frigorífico da vítima seria a única. A maioria delas está em Santa Catarina, Paraná e São Paulo. O empresário, de acordo com informações recebidas, é de Criciúma e tem endereço de moradia em área nobre de Florianópolis.
Entenda o caso:
Haubert era proprietário do frigorífico Boa Vista. Empresário respeitado que, em maio de 2018, decidiu vender a empresa, que estava em recuperação judicial, para o referido catarinense. Esse por sua vez prometia reerguer o frigorífico com pesados investimentos e fez uma proposta irrecusável no valor de R$ 10 milhões, parcelados, e ainda assumiu o compromisso de sanar todas as dívidas e financiamentos.
Mesmo com toda a aparência do catarinense: bem vestido, chegou de helicóptero para realizar a negociação, ele não efetuava os pagamentos e não cumpriu o acordado na negociação, o que resultou na queda da produção e, consequentemente, o negócio promissor começava a se revelar um calote milionário para Haubert, que passou a cobrar a dívida frequentemente. Isso gerou incomodo ao empresário que, de acordo com o MP, mandou matar o credor. Inclusive, um dos atiradores era primo de segundo grau da vítima.