Um tumulto irrompeu em Tubarão nesta semana durante um torneio de canto de aves canoras, que acabou sendo interrompido devido a uma operação sanitária. Esta competição violava uma diretiva do governo estadual, em alinhamento com o Ministério da Agricultura, que proíbe eventos nos quais aves são reunidas para evitar a propagação da gripe aviária. Após receberem uma denúncia anônima, a Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) e a Polícia Militar Ambiental (PMA) organizaram uma operação surpresa para dispersar o evento, que incluía espécies como coleiras e trinca-ferros conhecidos por seu canto melodioso. A incursão ocorreu em um clube no bairro Passagem, resultando na fuga de alguns dos participantes. O major Gilson Klein, da PMA local explicou que a maioria dos envolvidos permaneceu no local enquanto as autoridades averiguavam os responsáveis e os proprietários das aves. Muitos dos pássaros abandonados possuíam anilhas, mas algumas delas eram falsificadas, dificultando a identificação dos verdadeiros donos. Alguns desses animais eram avaliados em até R$ 50 mil pelos próprios criadores. A PMA emitiu 20 autuações administrativas e deve preparar uma quantidade similar de termos circunstanciados contra os envolvidos, que podem ser responsabilizados por infringir medidas sanitárias preventivas, sujeitando-se a detenção e multa conforme previsto pelo Código Penal. A Cidasc, responsável pelo controle sanitário animal em Santa Catarina, emitiu 15 autos de infração com advertências aos proprietários que puderam comprovar a documentação de suas aves, além de uma multa para o organizador do torneio. No total, 49 aves foram apreendidas e encaminhadas ao hospital veterinário da Unisul em Tubarão para avaliação, sendo que aquelas consideradas saudáveis serão devolvidas ao seu habitat natural. Apesar da preocupação com a gripe aviária, não foram detectados sinais de doenças respiratórias ou nervosas nas aves apreendidas, segundo a Cidasc. Santa Catarina tem implementado medidas rigorosas de prevenção desde o ano passado, quando foram registrados 21 casos da doença no Estado, incluindo aves selvagens e de criação. Em 2024, nenhum caso foi confirmado.