Uma mulher de 31 anos foi roubada e espancada por uma pessoa em situação de rua no Centro de Florianópolis. O caso aconteceu na terça-feira (9), a poucos metros dos principais órgãos públicos do Estado.
Em entrevista ao Cidade Alerta, Thainá Dalmagro conta que, por volta das 22h de terça, saía da manicure a caminho do Ticen (Terminal de Integração do Centro) no momento do ocorrido.
Ela passava pela rua Bulcão Viana quando foi abordada por uma mulher em situação de rua, que pediu um cigarro. Ela estava acompanhada de um homem, também em situação de rua.
A vítima relata que falou para a mulher que não fumava, mas que podia comprar um cigarro para ela. Foi quando as agressões começaram.
“Quando eu virei pra pegar minha mochila, ela me empurrou, eu caí no chão, e foi aí que ela começou a me dar diversos golpes na cabeça. Eu estava com rabo, ela [pegou o cabelo amarrado e] começou a socar a minha cabeça no chão”, lembra Dalmagro.
Apesar de não ter sido agredida pelo homem, a mulher lembra dele ficar ao seu lado para pegar a mochila enquanto sua cabeça era repetidamente batida contra o chão.
“Quando eu comecei a gritar, ‘para, para, para’, e aí comecei a ver muito sangue pelo meu rosto e eles saíram correndo.”
A dupla roubou o chinelo da mulher, que após o espancamento, levantou e andou pelo centro em busca de socorro, mas não conseguiu ajuda de ninguém. Foi quando chegou em um bar que conseguiu ligar para o namorado e para a família e pedir ajuda.
Segundo o tenente-coronel André Rodrigo Serafin, a guarnição da PMSC (Polícia Militar de Santa Catarina) chegou ao local e viu que a vítima estava gravemente ferida.
Thainá Dalmagro foi socorrida com uma hemorragia no olho e precisou fazer pontos no rosto.
Nesta quinta-feira (11), a suspeita do espancamento foi localizada e presa. No momento da prisão, a mulher em situação de rua utilizava os chinelos da vítima.
A princípio, ela seria solta por não ser mais considerado uma prisão em flagrante.
No entanto, no final da tarde o delegado Guilherme Mariath, responsável pela delegacia de roubos de Florianópolis, fez uma representação contra a suspeita, que acumulava outros 11 boletins de ocorrência por furto, roubo e agressão.
O MPSC (Ministério Público de Santa Catarina) acatou a representação da Polícia Civil e prendeu a suspeita, que deve passar por uma audiência de custódia na sexta-feira (12).
O espancamento ocorreu na rua onde fica localizada um prédio da DPU (Defensoria Pública da União) abandonado há mais de dez anos.
O prédio abandonado fica a 500 metros da Alesc (Assembleia Legislativa de Santa Catarina), a 350 metros da Superintendência Regional da Polícia Rodoviária Federal e a 220 metros do TJSC (Tribunal de Justiça de Santa Catarina).
Procurada pela reportagem, a DPU não respondeu o que será feito em relação ao prédio. No entanto, em uma reportagem feita em julho de 2023, o órgão respondeu, em nota, que ” avaliação de valor de mercado dos imóveis envolvidos” era realizada para então um chamamento público ser feito para a reforma do local.