Um homem de 60 anos morreu no Centro de Florianópolis, no começo da tarde desta segunda-feira (4). Segundo informações de profissionais de saúde, que preferiram não se identificar, o homem teria sofrido um infarto e não foi possível socorrê-lo à tempo, após 1h de espera por uma ambulância do SAMU.
O homem morreu na Rua Francisco Tolentino, em frente ao calçadão do TICEN (Terminal Integrado do Centro), próximo à um comércio local.
De acordo com um dos profissionais, a morte do homem revela um dos grandes problemas de Florianópolis: há apenas 4 ambulâncias municipais para atender todo o território da cidade. No entanto, há ainda suporte de ambulâncias estaduais e do Corpo de Bombeiros.
Morte no Centro de Florianópolis
Vídeos publicados na internet mostram que pessoas começaram a se aproximar do homem, preocupadas com a situação. Algum tempo depois, a GMF (Guarda Municipal de Florianópolis) teria chegado para “dispersar” os curiosos.
Nos vídeos a população diz indignada: “Ele já morreu e voltou a vida. Se tivessem chegado antes, talvez desse de salvar”.
Populares reclamam de demora para socorro – Vídeo: Arquivo Pessoal/Divulgação/ND
Questionado, o CBMSC (Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina) não respondeu se poderia ter mandado uma ambulância ou suporte ao local.
Em nota, a prefeitura afirmou que a responsabilidade pela aquisição de ambulâncias para estados e municípios é do governo federal, enquanto a distribuição para os municípios é coordenada pelo governo do Estado.
“Ao todo, o Governo de Santa Catarina já realizou mais de 50 solicitações para a reposição de ambulâncias em seu território. As demandas aguardam atendimento do âmbito federal em toda Santa Catarina, incluindo Florianópolis. Devido ao impacto direto no funcionamento adequado dos serviços de emergência e à falta de transparência do âmbito federal, município e estado estão se articulando para a aquisição própria de novas ambulâncias”, alegou a prefeitura de Florianópolis.
Estado diz que ocorrência foi atendida em 19 minutos
A SES (Secretaria de Estado da Saúde) afirma que a Central de regulação do SAMU recebeu um chamado às 11h28 e alega que a equipe de bombeiros chegou no local às 11h47. Até então, segundo a SES, os primeiros atendimentos estariam sendo feitos pela Guarda Municipal, com orientação do Samu.
“Em seguida, a equipe do Samu chegou no local e realizou manobras de reanimação cardiopulmonar sem resposta da vítima, foi declarado óbito no local”, relata a Secretaria, que ainda se defende justificando que “em nenhum momento houve demora no envio dos recursos disponíveis”.
Ainda de acordo com a SES, “o idoso sofreu uma queda da própria altura por apresentar um mal súbito” e o atendimento da ocorrência foi classificado em “código vermelho”, de forma que fora solicitado “veículo com envio da equipe de suporte avançado”.
Afinal, quem gerencia as ambulâncias do SAMU?
Segundo o site oficial do Ministério da Saúde, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192) é um programa dos três governos: Federal, Estadual e Municipal, e tem como finalidade prestar socorro à população em casos de urgência e emergência.
Municípios:
A gestão do SAMU inicia-se no âmbito municipal, sendo de responsabilidade das prefeituras. Os municípios são responsáveis por estruturar e operacionalizar as centrais de regulação médica, que recebem as chamadas de urgência e fazem a triagem dos casos. Também cabe aos municípios a manutenção das ambulâncias e a contratação dos profissionais de saúde necessários para o atendimento pré-hospitalar.
Estados:
Os Estados têm o papel de coordenar e apoiar os municípios na implementação e operacionalização do SAMU. Podem fornecer treinamento para os profissionais de saúde, estabelecer protocolos de atendimento e garantir a integração do SAMU com outros serviços de saúde estaduais.
Governo federal:
O Ministério da Saúde, vinculado ao governo federal, tem a responsabilidade de fornecer recursos financeiros para a implementação e manutenção do SAMU. Além disso, o governo federal pode estabelecer diretrizes nacionais para o funcionamento do SAMU, contribuindo para a padronização dos procedimentos em todo o país.
Em resumo, a responsabilidade pela gestão do SAMU é compartilhada entre municípios, estados e governo federal, com cada esfera desempenhando papéis específicos. A colaboração entre essas instâncias é crucial para garantir um serviço eficiente e integrado de atendimento às urgências médicas.