Um homem acusado de matar a companheira voltou ao banco dos réus em Meleiro e foi condenado a mais de 21 anos de prisão. O réu já havia sido submetido a julgamento popular em 17 de novembro de 2022, mas a maioria dos jurados desclassificou o crime para lesão corporal com resultado em morte e a pena havia sido de oito anos. O Ministério Público recorreu e agora teve a tese de homicídio com a incidência de três qualificadoras (motivo fútil, traição e feminicídio) acatada na íntegra. Segundo MP, o réu em nenhum momento demonstrou arrependimento, debochava da situação, minimizava a vítima e ainda alegou que "matou por amor". A mulher foi atingida com uma facada no pescoço, na casa em que morava e na frente das filhas menores, no final da tarde de 20 de janeiro de 2022. Em seguida, o réu teria tentado fugir, mas foi contido por vizinhos, que já tinham ouvido os gritos. A Polícia Militar foi acionada e efetuou a prisão do acusado em flagrante. Os jurados reconheceram o motivo fútil, pois o acusado não teria aceitado o término do relacionamento. Acataram também que o crime teria sido praticado mediante traição, pois a vítima foi atingida pelas costas, desleal e inesperadamente, sem que pudesse reagir. Por fim, o Conselho de Sentença concordou com a qualificadora de feminicídio, em razão da condição de sexo feminino da vítima e de o crime ter sido praticado em situação de violência doméstica e familiar, configurada pela relação íntima de afeto, com o agravante de ter ocorrido na presença das filhas da vítima.