O procurador regional eleitoral Cláudio Valentin Cristani emitiu um parecer há dez dias em que opina favoravelmente à cassação do vereador mais votado de Laguna. Anderson Silveira, o Maninho da Barra (Podemos), já foi cassado na Justiça Eleitoral, mas recorreu ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) para tentar evitar perder o mandato. Eleito com 1,5 mil votos, ele foi denunciado por ter sido filmado em um carro da prefeitura com adesivo de campanha no momento em que lajotas eram despejadas em uma rua no Farol. Cristani afirma que a ida de Silveira até o local quando eram colocadas as lajotas, “causou inequívoca quebra da igualdade entre o candidato a vereador apelante e os demais candidatos a vereador do Município de Laguna, os quais não tiveram essa mesma oportunidade de ser vereador ligado à Prefeitura de Laguna”. O político era aliado da base do governo de Samir Ahmad (sem partido) e chegou a ser secretário municipal de Obras durante poucos meses em 2023. “Em tais circunstâncias, restou devidamente comprovado que o então candidato a vereador ‘Maninho da Barra’ distribuiu gratuitamente bens custeados pelo Poder Público em ano eleitoral e fez uso promocional dessa distribuição gratuita daqueles bens em prol de sua candidatura”, apontou o promotor. “De igual modo, o candidato a vereador apelante captou ilicitamente votos de eleitores identificáveis residentes na rua em que distribuiu muitas lajotas para seu calçamento, o que caracteriza a conduta vedada”, completou. O parecer é um dos documentos que serão utilizados no julgamento no TRE para dizer se o recurso contra a decisão de primeiro grau será aceito ou não. O processo está pronto para ser julgado, mas ainda não foi inserido na pauta da Corte eleitoral. Como o recurso tem efeito suspensivo, Anderson Silveira pôde ser diplomado, empossado e poderá exercer as funções de vereador até que haja uma definição.