Com 13 votos favoráveis e apenas um contrário, a Câmara de Vereadores de Tubarão aprovou na noite da última segunda-feira o projeto de lei que garante o aumento do subsídio dos secretários municipais e do vice-prefeito. Com a mudança, os novos vencimentos do vice-prefeito do município passarão de R$ 16.176,42 para R$ 18.963,12, o que significa um aumento de 17,22%. Já os subsídios dos secretários municipais aumentarão de R$ 12.619,29 para R$ 16.409,53, o que equivale a um reajuste de 30%. O aumento entra em vigor a partir de janeiro do próximo ano. A votação ocorreu em regime de urgência e teve apenas o voto contrário do vereador Jean Machado (Progressistas), que na última eleição foi candidato a vice-prefeito na chapa liderada por Carlos Stüpp (PSDB). A sessão foi marcada pelo embate entre os vereadores Jean e José Luiz Tancredo (MDB), cujo partido faz parte da composição vitoriosa da última eleição, com Estêner Soratto (PL) como prefeito e Denis Matiola (PSD) como vice-prefeito. “Não entendo por que, no apagar das luzes, para ter vigência no próximo governo, a gente vai aumentar os salários de vice, secretários e gerentes”, criticou Jean. O vereador também citou a dívida do município, hoje avaliada em R$ 800 milhões. “Como a gente vai pagar se não cortar gastos?”, afirmou na sessão. “É um tapa na cara do eleitor”, ressaltou. Ao justificar o voto contrário, Jean disse ainda que, com esses aumentos, os próprios vereadores também deverão ter reajustes nos seus subsídios para equipará-los aos dos secretários municipais no próximo mandato. Já José Luiz Tancredo foi à tribuna defender o reajuste e rebateu as falas de Jean dizendo que “não adianta vir aqui fazer demagogia”, acrescentando que com os atuais subsídios – R$ 9,2 mil líquidos, segundo seus cálculos –, não se encontraria pessoas qualificadas para assumir as secretarias municipais. “R$ 9,2 mil não é salário para pessoa qualificada”, afirmou. “A cidade precisa andar para frente, e para isso precisa de pessoas com conhecimento, com mestrado, doutorado, que possam desenvolver ações para o município. Não adianta botar empreguinho de R$ 9 mil por mês e fazer trabalho paliativo”, acrescentou José Luiz Tancredo. Os vereadores Maurício da Silva (Progressistas) e Nilton de Campos (PL) também usaram a tribuna para debater o projeto de lei. De oposição, mas favorável à proposta, Maurício citou a legitimidade do governo para tomar as decisões e defendeu reajuste para os demais servidores. “Acredito que o prefeito vai mandar projeto para melhorar o salário dos demais funcionários. Não seria ético aumentar o salário dos secretários e não aumentar o salário do restante dos funcionários”, afirmou. Nilton de Campos, favorável ao reajuste, comentou sobre a dificuldade de encontrar interessados em ocupar as secretarias municipais. “Hoje, um médico da unidade de saúde, que trabalha 40 horas, recebe R$ 16.409. Como você vai pegar esse profissional para ficar 24 horas como secretário e ganhando menos que o médico? É difícil encontrar pessoas qualificadas com esse valor”, disse.