Para o vereador Rodrigo Bento (Podemos), que teve a função de relatar a Comissão Processante (CP) dos Requerimentos, ainda há tempo para ouvir o prefeito Samir Ahmad (sem partido), cuja falta do depoimento foi a razão usada para barrar a sessão extraordinária que ocorreria no começo desta semana. A manifestação foi feita na tribuna da Câmara de Laguna na última segunda-feira, 6. Bento argumenta que os noventa dias da CP se encerram na quinta-feira, 9. Na última sexta-feira, 3, a Justiça estadual confirmou a liminar obtida localmente que determinou a suspensão dos trabalhos sob justificativa de o depoimento do prefeito não ter sido feito. Ahmad foi intimado para ser ouvido, mas uma comunicação oficial entregue à comissão informava que, em razão de compromissos, o chefe do Executivo não iria depor. “Solicito que seja reagendada tal procedimento caso seja realmente necessário, sendo que as questões de fato e direito foram devidamente esclarecidas na defesa prévia”, diz o documento publicado no site do Poder Legislativo. “O rito, por mim, foi cumprido”, defendeu o vereador, que ainda lembrou da posição de independência que adotou no processamento do caso em referência à nota do partido Podemos divulgada horas após a publicação do relatório que pedia a cassação de Ahmad e a absolvição do vice Rogério Medeiros (PSD). Ambos foram denunciados por deixar de responder mais de 80 requerimentos, que são os pedidos de informação feitos pela Câmara. O relator ainda pediu publicamente que a CP fizesse uma reunião e deliberasse por uma nova convocação ao prefeito – o prazo, oficialmente, venceu na quinta-feira, 9. “O prefeito está provocando nulidades no processo”, reforçou a vereadora Deise Cardoso (Republicanos). “Para quem acha que não responder requerimento é uma coisa banal, então não precisa vereador, não precisa Legislativo”, acrescentou o presidente da Câmara, Hirã Ramos (PL).