A OMS (Organização Mundial da Saúde) emitiu um alerta global nesta sexta-feira (26) devido ao aumento de casos de sarampo em todo o mundo. A recomendação da OMS destaca que a vacinação é a principal aliada no combate à doença, e Santa Catarina está significativamente aquém da meta estipulada para o índice de adesão ao imunizante. Conforme dados do Ministério da Saúde, apenas 72,81% das crianças com até 1 ano de idade, por exemplo, receberam a segunda dose do tríplice viral em Santa Catarina. A meta estabelecida pelo Ministério é de pelo menos 95% de adesão ao imunizante. Vale lembrar que além de prevenir o sarampo, a vacina também protege contra caxumba e rubéola. Essa vacina combina a imunização contra essas três infecções em uma única dose, proporcionando uma proteção eficaz contra essas doenças. Em Santa Catarina, ocorreu um surto de sarampo no período entre 2019, quando foram registrados 301 casos, e abril de 2020, quando foram adicionados mais 110 casos à estatística. A faixa etária mais impactada foi a de adultos jovens, situados entre 20 e 29 anos, abrangendo 45% dos casos. Logo em seguida, as pessoas com idades entre 15 e 19 anos representaram 28% dos registros, conforme dados divulgados pela Dive/SC (Diretoria de Vigilância Epidemiológica catarinense) na época.
O que é o sarampo?
O sarampo é uma doença infecciosa aguda, viral, especialmente grave em menores de 5 anos, imunodeprimidos e desnutridos e extremamente contagiosa, que infecta nove a cada 10 pessoas suscetíveis após exposição ao vírus. A doença é transmitida de forma direta, por meio de secreções, ao tossir, espirrar ou falar. Casos suspeitos devem ficar em isolamento respiratório e fazer uso de máscara cirúrgica desde o momento da triagem nos serviços de saúde.
Quem pode se vacinar?
De 1 a 29 anos – duas doses, sendo a primeira com a tríplice viral aos 12 meses e a segunda aos 15 meses. De 30 a 59 anos – uma dose da vacina tríplice viral, se não vacinado anteriormente. Trabalhadores da saúde – duas doses da vacina tríplice viral independentemente da idade. Segundo a Dive, não há falta dos imunizantes no Estado. Portanto, quem quiser se vacinar deve buscar uma Unidade Básica de Saúde.
Mas, o Brasil não tinha controlado o sarampo?
À Agência Brasil, o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri, lembrou que o sarampo era uma doença controlada no Brasil até 2016, quando o país recebeu a certificação de eliminação do vírus em território nacional. Após um grande surto da doença em 2017 e em 2018, com mais de 40 mil casos registrados, o Brasil perdeu a certificação e voltou a ser um país endêmico, onde o sarampo circula livremente. “Estamos sem registro de casos desde junho de 2022, em busca da recertificação dessa eliminação. Ainda falta melhorar nossas coberturas vacinais, alguns indicadores de vigilância. Já recebemos um status não de país endêmico, mas de país com pendência de recertificação pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) em novembro de 2023.” Segundo Kfouri, o que causa preocupação é o aumento recente no número de casos da doença em diversos países. Ao comentar o caso da criança proveniente do Paquistão, o especialista avaliou que o alerta do governo gaúcho é válido.