O Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Santa Catarina (SINTE-SC) de Tubarão realizou uma coletiva de imprensa para expor as reivindicações dos professores estaduais e denunciar as ameaças que estão enfrentando. Um dos principais pontos abordados foi a pressão que os professores temporários estão recebendo para sair da greve. Segundo os relatos, diretores das escolas estariam recebendo a orientação do governo do estado para telefonar ou falar pessoalmente com os ACTs que estiverem fora da sala de aula. A ameaça é de que estes professores serão demitidos se não retornarem às escolas. Maria Aparecida de Farias, conhecida como Quinha e Coordenadora regional do SINTE, relatou que entre 35% e 40% dos professores aderiram à greve desde o início, com mais de 500 profissionais da regional de Tubarão participando do movimento. Durante a coletiva ela falou sobre as ameaças recebidas: "As ameaças estão chegando aos professores por meio de ligações, principalmente ou até sendo chamados para conversar pessoalmente. O governo tem a orientação de não fazer nada por escrito para não gerar provas contra eles", afirma a professora Quinha. Ela também ressaltou a importância da união dos professores para garantir seus direitos e destacou as demandas do sindicato: O piso na carreira e descompactação da tabela salarial; Hora atividade para todos os professores, que não estaria sendo aplicado para professores de séries iniciais, professor auxiliar e de laboratórios; Concurso público imediato, pois, hoje 67% de professores são ACTs, com contratos temporários, e, de acordo com a lei é preciso fazer concursos quando esta porcentagem chega acima de 10%.
Revogação do confisco de 14% do salário dos aposentados.
Tânea Fogaça, conselheira Estadual do SINTE-SC, denunciou a ilegalidade das ações do governo, destacando que as comunicações sobre a greve são feitas verbalmente, sem nenhum documento oficial, o que torna difícil para os professores provar qualquer tipo de retaliação. Ela também criticou a postura do governo, classificando-o como autoritário e pouco preocupado com a educação no estado. “Quando a população fala 'não está satisfeito sai e dá a vaga para outro’ nos magoa porque um pai não vai falar para os filhos fazerem isso se no emprego dele, na empresa em que trabalha, não é bem pago e valorizado”, comenta Tânea.
Dayene de Souza, Titular do Comando de Greve, relatou que muitos professores estão enfrentando pressão para retornar ao trabalho, com ameaças de demissão por justa causa. Ela ressaltou que a greve é legal, uma vez que o governo está descumprindo a lei, e enfatizou a importância de manter a união e a mobilização para garantir os direitos dos trabalhadores. Dayene também comentou sobre a adesão atual da greve na região de Tubarão: “Houve refluxo de professores voltando para a escola nesta quinta-feira por medo de perderem o emprego. Só o CEDUP e o SEJA não tem quadro de greve. Em todas as outras escolas pelo menos um professor está de greve”. O colégio Henrique Fontes é onde há o maior número de grevistas: 21 no total. Diante das ameaças e pressões enfrentadas pelos professores, o SINTE-SC de Tubarão reafirmou o compromisso de continuar com a greve até o dia 08 de maio, quando está previsto um novo ato em Florianópolis. A grande questão é um posicionamento oficial e documentado por meio do governo do estado. Os grevistas afirmam que é possível negociar, desde que Jorginho pontue as condições possíveis para realizar as reivindicações dos professores.