José Ricardo Nogared Cardoso, conhecido como 'Ricardo' da Masterfarma Oficinas, e Nilton Antonio Pereira, 74 anos, embarcaram em uma viagem emocionante rumo a Minas Gerais no último final de semana. O objetivo era reencontrar as irmãs Angela, Maria, Conceição, Iracema e Amélia, que por cerca de mais de cinco décadas atuaram no Lar da Menina, e ajudaram a manter a instituição muito conhecida em Tubarão.
Há 60 anos, o Lar da Menina desempenha um papel crucial, especialmente para as crianças necessitadas e desfavorecidas. As irmãs, com sua dedicação incansável, ajudaram a moldar e a educar várias gerações. "Foi o início com elas. As grandes batalhadoras do Lar da Menina no início. Queríamos dar um abraço nas irmãs. Foi um momento muito especial, de emoção", compartilha Ricardo, lembrando da importância dessas figuras em sua vida desde a infância.
As memórias remontam aos anos 60 e 70, quando Ricardo e Nilton cruzaram seus caminhos com as irmãs no Lar da Menina. "Eu tinha seis anos de idade. Foi na década de 1960, onde eu estudei por quatro anos. O Nilton as conheceu na década de 1970. Depois que eu fui conhecer ele aqui. As cinco irmãs faziam um trabalho de alfabetização. Foi ali que eu aprendi a escrever, eu fiz a minha primeira redação, que na época mandei pra Madre superiora. Tem um carinho por aquela escola", relembra Ricardo.
Uma história de luta
No entanto, o tempo afastou essas figuras queridas de Tubarão. Cerca de cinco anos atrás, as irmãs foram requisitadas a se mudarem para Belo Horizonte, gerando um vazio na comunidade. Foram embora as Irmãs Angela, de 89 anos, Irmã Maria, de 83, Irmã Conceição, 80, Irmã Iracema, de 81, e Irmã Amélia, 75 anos. "A partida delas gerou desconforto na comunidade, pois adorávamos elas", diz Ricardo.
"No começo, elas contavam que passavam fome para dar comida para as crianças. Muita criança era acolhida e tinha uma quantidade insuficiente de comida. Depois a instituição ganhou corpo e as coisas deram uma melhorada". É por essa dedicação e força que elas são lembradas. "Trabalham intensamente da hora que acordam até a hora que vai dormir sem um salário nem nada, somente o que a congregação repassa".
Determinados a expressar sua gratidão e afeto, Ricardo e Nilton decidiram fazer a longa viagem até a congregação, que fica no Bairro Madre Gertrudes Comensoli, em Belo Honrizonte, Minas Gerais. "Sentimos a necessidade de ir lá e agradecer aquelas pessoas que fizeram diferença na sua vida e na sociedade tubaronense. Assim fui eu e mais um amigo, Nilton Antônio Pereira, que fazia carpintaria no Lar da Menina, um trabalho de 30 anos. Passamos um sábado com elas, almoçamos, jantamos, passamos a noite na congregação. E tivemos muito contato", conta Ricardo.
O reencontro foi marcado por emoção e nostalgia. "Tivemos o mesmo sentimento, sentimento de dever cumprido. A irmã Amélia quando nos viu chorou tanto, nos abraçou tanto, fica a lembrança de quando estiveram aqui", compartilha.
Para Nilton, a viagem foi uma oportunidade de retribuir os valores que as irmãs lhe ensinaram. "Valores de freiras. Respeito. Educação, respeito, necessidade do conhecimento", reflete.
Creio ter sido a melhor notícia dos últimos tempos, saber que as abnegadas irmãs estão bem, em nome da minha tia Mimi que tinha uma amizade familiar por todas, mas principalmente pela irmã Ângela, está notícia muito me alegra, tb convivi muito com estas senhoras que doaram todo seu tempo pr o crescimento do Lar da Menina, obrigado ao Ricardo e ao Nilton e parabéns pela atitude do reconhecimento.