Dia 4 de março foi o Dia Mundial da Obesidade, data de conscientização sobre essa doença que cresce a cada ano. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que, em 2025, 2,3 bilhões de adultos ao redor do mundo estarão acima do peso, sendo 700 milhões de indivíduos com obesidade. No Brasil, dados de 2006 da pesquisa Vigitel, do Ministério da Saúde, mostraram que um em cada 10 adultos viviam com obesidade. Treze anos depois, em 2019, a proporção dobrou para 2 em cada 10 adultos. Ainda com base nessa pesquisa, um estudo da Universidade Federal de Minas Gerais apontou aumento dos casos de obesidade e sobrepeso entre pessoas idosas. As maiores taxas foram observadas em homens com idades entre 70 a 79 anos. A diretora da Associação Brasileira para Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica, Cynthia Valério, explica que com o envelhecimento há uma tendência de se perder massa muscular, muitas vezes, sem ganho importante de peso corporal, mas com acúmulo de gordura na região abdominal. Condição que, segundo ela, pode indicar maior chance de complicações relacionadas à obesidade, mesmo com peso corporal normal ou pouco alterado. A especialista alerta, ainda, para o risco do consumo de ultraprocessados, que também está diretamente relacionado ao acúmulo de gordura abdominal e aumento das taxas de obesidade. Para Cynthia Valério, uma das possíveis maneiras de conter o consumo excessivo de ultraprocessados seria sobretaxar esses produtos. Segundo a Organização Mundial de Saúde, ela é caracterizada pelo excesso de gordura corporal depositada em diferentes partes do corpo. A obesidade é uma doença complexa, influenciada por fatores genéticos, ambientais e psicológicos, e não simplesmente resultado de escolhas pessoais ou falta de vontade. Uma das formas de realizar o diagnóstico é por meio do cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC). A especialista Cynthia Valério afirma que o IMC é extremamente importante pela praticidade com que ele pode ser aplicado para avaliar a população em geral, mas reforça que também deve ser feita uma avaliação individual, caso a caso. Isso porque podem existir variações relacionadas à idade, gênero, condição metabólica e status hormonal.