Carlos Eduardo Salles de Araujo, oceanógrafo e pesquisador da Epagri/Ciram relata que o evento foi identificado pelos marégrafos da Epagri em Imbituba e Laguna. Os equipamentos registraram quatro ondas que duraram entre 14 e 16 minutos cada. Uma onda normal costuma durar cerca de 15 segundos, o que resulta numa média de quatro ondas por minuto.
“Quando acontece uma onda que dura em torno de 15 minutos, significa que ela reúne o volume de água que seria acumulado por 60 ondas”, explica o pesquisador. “Uma onda normal, seria uma locomotiva chegando à praia. Uma onda de 15 minutos seria uma locomotiva e outros 59 vagões”, ilustra Carlos Eduardo.
Ele diz ainda que estas ondas são longas, mas não altas, ou seja, não formam o cenário que leigos esperariam, de ver um vagalhão de água se aproximando da faixa de areia. Portanto, um observador da praia não consegue perceber o risco, pois ele não é evidente visualmente.
Duas séries, com duas ondas cada
O marégrafo de Imbituba registrou duas séries de ondas, com duas ondas cada. Esse equipamento está localizado no Porto de Imbituba, cerca de 30km ao norte de Laguna. Como ele faz registros a cada minuto, permitiu ao pesquisador detalhar o fenômeno. “Na primeira série temos uma onda com período de 14 minutos (entre 16h38 e 16h52) e na sequência outra com período de 16 minutos (entre 16:52h e 17h08). Na segunda série temos duas ondas com período de 14 minutos: a primeira registrada entre 17h19 e 17h33 e a segunda registrada entre 17h33 e 17h47”, enumera o pesquisador.