O município de Imbituba amanheceu de luto na segunda-feira (4), após o falecimento, aos 74 anos, do professor Luiz “Pi” de Freitas, figura referência na região. Professor aposentado, sindicalista, portuário, poeta, jornalista e escritor, deixa neste mundo, além de sua família, já com imensas saudades, uma trajetória de vida cheia de honra, amor e sensibilidade. O velório será realizado na Capela e Funerária São Camilo, no Paes Leme (Capela do Mazinho), a partir das 15h. O enterro acontece esta terça-feira (5), às 10h. Nascido em 07 de outubro de 1948, no centro de Imbituba, cresceu no “Canta Galo”, local de muitas memórias escritas em seus poemas. Durante toda sua adolescência, viveu em um seminário em São Bonifácio, depois em Pindamonhangaba, em São Paulo, mas decidiu não se tornar padre. Licenciado em Letras, bacharel em Ciências da Computação e Jornalismo, com especializações nestas áreas de conhecimento e Mestre em Educação, Luiz Pi escreveu várias obras, poemas e antologias, ganhou prêmios literários, moções de reconhecimento, entre outros inúmeros feitos que nos faltam palavras para descrever. Dedicou também suas forças às lutas políticas. Com uma sensibilidade ímpar, e digna somente dos maiores artistas e pessoas de coração imenso, Pi buscou os direitos dos mais necessitados, apoiou movimentos sociais que levantam a bandeira da igualdade, fez revolução na mente de seus alunos e amigos, que tiveram como inspiração suas palavras e ensinamentos únicos. Também foi presidente do Conselho Municipal do Idoso de Imbituba, onde lutou pelo protagonismo e empoderamento de seus companheiros e companheiras da terceira idade. Marido apaixonado, pai orgulhoso e o avô “louco de amor” (como sempre se autointitulou), Pi deixa a esposa Marisa, os filhos Luiz Mário, Renata e Matheus, e as netas Júlia, Isadora e Maitê. Fã incontornável de futebol, Pi dedicou-se por muitos anos ao futebol amador e era torcedor ferrenho do Vasco da Gama, do Rio de Janeiro, e do Figueirense, de Florianópolis. Em um de seus poemas, Pi deixou um pedido, que dizia como o Mestre gostaria de ser lembrado:
“Aqui jaz o poeta. Ele quis ver a vida”.
E viu. Com lirismo inigualável.
Em uma nota para reflexão, o jornalista e acadêmico, Ricard Fernandes, escreveu o que segue:
Despedidas da vida
Trata-se de uma reflexão sobre as despedidas da vida. Ela começa afirmando que a vida é feita de encontros e desencontros, de chegadas e partidas. Essa é uma verdade que todos nós precisamos aceitar, pois a morte é um evento inevitável.
Podemos afirmar que quanto mais nos tornamos conscientes da morte, mais devemos saber viver a vida. Isso significa que devemos aproveitar cada momento e valorizar as pessoas que amamos.
A morte é um mistério que só se revela com o fim da vida. Cabe a quem fica após a morte de um ente amado ou desse nosso amigo querido, membro fundador da Academia Imbitubense de Letras e Artes. Luiz de Freitas, a quem carinhosamente chamamos de PI, resignar-se diante daquilo que é inevitável para todos.
Aqui terminamos com uma mensagem de esperança. Podemos afirmar que devemos fazer o nosso tempo de vida valer a pena, mesmo com as dores, saudades e tristezas que o Senhor Luis deixará. Há muitos sonhos a serem realizados e muitos caminhos a trilhar. Podemos dizer adeus, mas carregar para sempre em nossos corações o amor deste que conosco viveu seus melhores momentos.
Dizer adeus é uma experiência difícil, mas é preciso transformar a memória e a saudade em um sentimento vivo e sereno. Viver em estado de dor não traz ninguém de volta à vida. Saibamos viver o luto, mas também a hora de voltar a lutar pela vida.
Para que possamos refletir ainda mais, registrarei aqui algumas frases importantes para que nos sirva de exemplo e muita reflexão:
• "Viver é um mistério que se revela aos poucos, e a morte é o grande mistério que só se revela com o fim da vida."
• "Cabe a quem fica após a morte de um ente amado ou amigo querido, resignar-se diante daquilo que é inevitável para todos."
• "Dizer adeus é trocar as expectativas e as possibilidades do futuro pelo passado."
• "É preciso transformar a memória e a saudade em um sentimento vivo e sereno, e não triste e pesado.”
A vida é preciosa e devemos aproveitá-la ao máximo. A morte é um evento inevitável, mas não deve nos impedir de viver.