O futebol brasileiro não estará nos Jogos Olímpicos de Paris-2024. Atual bicampeã olímpica, a seleção do técnico Ramon Menezes deu mais um vexame no Pré-Olímpico de Caracas, na Venezuela, ao perder da Argentina por 1 a 0 e deixar escapar a vaga para a competição na França. Foi mais um fracasso das seleções da CBF. As vagas sul-americanas para a Olimpíada ficaram com os argentinos e com o Paraguai, que venceu a Venezuela por 2 a 0 e foi o campeão do torneio. Realizando uma competição com futebol ruim desde a fase de grupos, a seleção brasileira de Ramon jamais cativou a torcida e em nenhum momento demonstrou forças para alcançar uma das duas vagas no quadrangular final. Além de perder para a arquirrival Argentina, que garantiu a vaga, foram mais duas derrotas nos sete jogos disputados em Caracas, diante de Venezuela (3 a 1) e Paraguai (1 a 0), este já na fase decisiva, na qual somou apenas um triunfo, diante dos venezuelanos, por 2 a 1, conquistado nos minutos finais. Os acréscimos do jogo vieram com a tradicional catimba argentina e com confusão entre os jogadores. O Brasil, apático e refletindo a postura de seu treinador na competição, deixou de jogar bola para se envolver em confusão e agora amarga a dura e merecida queda. O país não terá a chance de defender o ouro conquistado na edição de Tóquio, em 2021. Sem conseguir definir uma equipe titular ao longo de toda a competição, mais uma vez Ramon Menezes mandou o Brasil a campo modificado. Herói diante da Venezuela, definindo os 2 a 1 no fim, Guilherme Biro voltou a começar um jogo em escalação bastante precavida, com as saídas dos atacantes Gabriel Pec e John Kennedy, surpreendentemente na reserva. Alexsander voltou para o meio, com Rikelme na lateral-esquerda. Endrick ficou isolado na frente. Para não depender do resultado do jogo entre Venezuela e Paraguai, o Brasil tinha de ganhar para se garantir matematicamente. Aos argentinos restava um único caminho: somar os três pontos diante do Brasil e torcer por tropeço dos anfitriões do Pré-Olímpico. Sem esconder que ia explorar os contragolpes, contudo, o Brasil se postou atrás, roubando bolas e mandando para a velocidade do isolado Endrick, com Biro um pouco mais atrás, na armação. Apesar de encaixar duas boas escapadas no começo, faltaram conclusões. Almada, em cobrança de falta, carimbou a trave de Mycael, dando enorme susto nos brasileiros. O lance "acordou" a seleção, que começou a trabalhar melhor a bola e voltou a incomodar a até então tranquila defesa argentina. Alexsander quase abriu o marcador. Tudo isso antes do intervalo. Para duas seleções que necessitavam de um triunfo, o primeiro tempo acabou aquém do esperado. O medo de Ramon Menezes e a ineficiência do ataque argentino proporcionaram 48 minutos, contando os acréscimos, de muita briga e pouca emoção. Aquecendo desde os minutos finais da etapa inicial, John Kennedy tinha esperança de iniciar a fase final, mas Ramon resolveu insistir na equipe defensiva. A paciência durou 12 minutos, momento em que optou não apenas pelo atacante do Fluminense como também por Gabriel Pec. A dupla entrou ligada e no primeiro lance por pouco Pec não abre o marcador, na melhor chance da partida. John Kennedy arrancou e a bola sobrou para o compatriota bater para grande defesa de Brey. O goleiro ainda salvou ao espalmar bomba do atleta tricolor. O Brasil, se tinha mais peças na frente e rondava mais a área, sofria com o jogo aéreo da Argentina. Medina já havia assustado quando o cruzamento de Barco chegou para o grandalhão Gondou, sozinho entre os defensores, mandar no canto e abrir o marcador, aos 32 minutos. A seleção verde e amarela sentiu o golpe, ainda levou uma bola no travessão no fim e não conseguiu sequer ameaçar o empate, amargando um gigante vexame.