O jornalista Henrique Bueno, o Gugui, foi um dos organizadores da comitiva que saiu de Tubarão rumo a Brasília. Em suas redes sociais havia uma série de registros do acampamento em frente ao quartel do Exército de Tubarão, assim como da viagem a Brasília. Já na Praça dos Três Poderes, filmou a si próprio invadindo o Congresso Nacional e enviou em um grupo de WhatsApp um áudio em que instruía seus colegas sobre como fugir da polícia. Henrique tomou uma decisão que se revelou sábia: não voltou ao acampamento em frente ao QG do Exército de Brasília, evitando assim a prisão em flagrante. Ele não foi indiciado pelos atos golpistas. Em entrevista ao jornal Diário do Sul, ele negou que os atos de 8 de janeiro tivessem caráter golpista. “Está muito claro, óbvio mesmo, que tudo aquilo foi uma armação. As nossas manifestações, como em todos os momentos históricos que participamos, como por exemplo em frente aos quartéis, sempre foram pacíficas e ordeiras, e os gritos de ordem eram por justiça. Reivindicávamos a lisura das eleições. Foi para isso que o pessoal foi para Brasília, para questionar o processo eleitoral. Todo o resto, liberdade, democracia, vem na sequência”. De volta a Tubarão passou por um período de providencial discrição. Há algumas semanas foi notícia em condição inimaginável: um projeto de sua autoria receberá recursos federais através da Lei Paulo Gustavo de incentivo à cultura, vetada pelo então presidente Jair Bolsonaro.