O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) encerrou na sexta-feira (1°) o teste público de segurança das urnas eletrônicas que serão utilizadas nas eleições municipais de 2024. O teste é um procedimento de praxe realizado desde 2009. Ao longo de cinco dias, especialistas em tecnologia da informação puderam testar os equipamentos da urna eletrônica que fazem a coleta e a transmissão dos votos dos eleitores. O resultado dos testes deve ser divulgado pelo TSE no dia 15 de dezembro e vão apontar sugestões de aprimoramento dos sistemas. Segundo o Tribunal, assim como nas sete edições anteriores dos testes, os pesquisadores atestaram a segurança dos sistemas da urna e não encontraram nenhuma possibilidade de violação do sigilo dos votos e de falhas na transmissão dos dados da votação. Os investigadores executaram planos de testes dos sistemas e inspecionaram os programas que fazem o controle das peças eletrônicas do equipamento, além do sistema que realiza a apuração e a votação. Em 2021, nos testes realizados antes das eleições do ano passado, pontos vulneráveis da urna eletrônica foram encontrados. Segundo o TSE, as falhas foram corrigidas em maio daquele ano, antes das eleições, e o sigilo do voto e da totalização da apuração não foram violados. De acordo com o inventor e criador das urnas eletrônicas, o catarinense, Desembargador Carlos Prudêncio ressalta que há 34 anos a urna é utilizada para as eleições no Brasil, e está validada como um instrumento seguro e eficaz em sua atuação. Em razão dela, temos eleições ágeis e seguras, que surpreendem todos os países democráticos. Durante todas essas décadas, houve alternância de poder, demonstrando a lisura no processo eleitoral”, diz Prudêncio. A urna eletrônica, obviamente, não é a mesma desde a sua invenção. O sistema passa por adaptações e melhorias a cada ano — os testes de segurança, inclusive, são acompanhados por diversas entidades da sociedade civil, da Justiça Eleitoral e representantes dos partidos políticos. Prudêncio frisa a importância desses avanços e diz que “eventuais divergências” quanto à implantação das modificações são sadias e fazem parte da democracia, mas lembra que a evolução e atualização dos sistemas é fundamental. “Sabemos que a cada eleição temos novidades na tecnologia e elas têm que ser incorporadas ao sistema eletrônico de votação para que os eleitores brasileiros vejam que ele está sendo aprimorado com essas novas ferramentas”, diz o magistrado.