Em entrevista ao Domingo Espetacular exibida na noite (26/11), Ana Hickmann abriu o jogo sobre o motivo de não ter denunciado antes a relação tóxica que vivia com Alexandre Correa e contou o motivo de não ter pedido a medida protetiva ao registrar o Boletim de Ocorrência no dia em que foi agredida, em 11 de novembro. A apresentadora contou que sabia que vivia uma relação tóxica, mas sempre que tentava tomar uma atitude era desmotivada por pessoas próximas que a faziam acreditar que estava errada e prejudicando sua família e carreira. “Todo mundo ao meu redor me fazia acreditar que eu era a errada, e família para mim sempre foi a coisa mais importante dessa vida, mas quando eu percebi que as coisas estavam erradas e a gente estava correndo perigo eu não hesitei em pedir ajuda, mesmo quando muitos depois daquela ligação tentaram me convencer de não ir à delegacia, no dia seguinte também”, disse a apresentadora. “Hoje eu entendo, porque eu passei na pele o que muitas mulheres já passaram ou vão passar ainda, agora eu entendo porque muitas chegam a ir na delegacia, que prestam queixa e depois voltam atrás, e não é só por causa do agressor não, é porque pessoas te fazem fazer isso: ‘pensa no seu filho’, ‘ele é o pai de seu filho’, ‘ele não vai fazer isso de novo’, ‘olha o escândalo’, ‘o que todo mundo vai falar da Ana Hickmann?’, ‘Você acabou com a vida dele’, eu ouvi isso muito. A gente não precisa ser mulher de malandro!”, completou a artista. Segundo Ana Hickmann, ao longo do relacionamento Alexandre a afastou de tudo e todos ao ponto de as pessoas sentirem medo dele. “O Alexandre me afastou de tudo e de todos, ele colocava medo nas pessoas, ele realmente me colocou dentro de uma redoma, de tal forma que ele podia sim fazer o que ele queria. Eu não tinha sábado e domingo, eu não via ele se comparecer quando eu estava doente, eu trabalhei muitas vezes, 12 horas por dia com 40ºC de febre, mas eu nunca reclamei, porque eu sabia que estava fazendo a minha parte”, contou Ana em lágrimas. Além das grosserias, agressões, Ana conta que Alexandre também criticava sua aparência constantemente, no intuito de a deixar para baixo, mas por ter um psicológico forte as críticas nunca a abalou ao ponto de desenvolver algum transtorno. “Teve uma coisa na minha vida que foi muito forte, que nos últimos meses eu falava para ele: ‘Graças a Deus eu tenho a parte emocional muito forte e quando eu me olho no espelho eu gosto do que eu vejo, porque se fosse por você, anorexia, bulimia, depressão seria fichinha, não teria psicólogo ou psiquiatra para curar, porque ele fazia isso, ele achava engraçado”, revelou. Ana contou que sentiu muita vergonha ao chegar ao ponto de acionar a polícia, ter que ser escoltada ao hospital e ir a delegacia, mas agradece a Deus por ter tido coragem de romper o ciclo vicioso de abusos que vivia ao longo dos 25 anos de casamento com Alexandre Correa. “Ainda bem que Deus me deu coragem de pedir ajuda naquele dia, não foi só ajuda para não apanhar mais, para eu não ser mais agredida, mas para cortar esse ciclo vicioso de uma vez por todas. Dá vergonha? Muita! De ser escoltada por policiais até o hospital e você quando entra no PS, mesmo com uma policial feminina do seu lado e outras pessoas, o médico olhar para você e dizer: ‘O que aconteceu?’. Eu não falei que caí da escada, não menti em momento algum, eu mostrei meu braço e falei que ‘Isso aqui é ferimento causado por trauma de porta que foi fechada no meu braço’. Eu não quebrei, graças a Deus, mas fiquei muito machucada”, disse a apresentadora. Ainda em entrevista ao Domingo Espetacular, Ana contou que no dia da agressão foi incentivada pela delegada a pedir a medida protetiva, mas recusou e acabou se arrependendo depois. “Duas pessoas naquele dia foram muito importantes para me incentivar, um dos meus advogados, que eu liguei e ele falou: ‘Você sabe que quando entrar lá, você vai até o fim, né?’ e eu falei, ‘eu sei’, e a delegada que esteve sentada na minha frente e ainda insistiu para que eu pegasse a medida protetiva e eu não peguei a medida protetiva naquele dia, e hoje eu posso dizer que eu fui uma tola de não ter feito isso, a vergonha era tão grande, ao mesmo tempo que eu sabia que eu tinha que fazer isso, eu sentia muita vergonha de estar sentada naquela cadeira dentro da delegacia, eu não sabia como eu ia voltar para casa para encontrar meu menino”, finalizou.