A Polícia Federal (PF) verifica se a Embaixada de Israel em Brasília seria um dos alvos de terroristas ligados ao Hezbollah que foram presos durante uma operação nesta quarta-feira (8). Essa é a suspeita dos investigadores. Sinagogas e prédios da comunidade judaica no país também estariam na mira dos investigados, segundo fontes na corporação.
Uma fonte ligada à diplomacia de Israel admitiu ao R7 haver o risco de a representação do país em Brasília ser um alvo em potencial no país e afirmou que “o Hezbollah é uma organização terrorista cujo único objetivo é matar judeus e israelenses”. A embaixada de Israel declarou não poder dar detalhes do esquema de segurança em torno do prédio diplomático.
Os dois presos são brasileiros. Eles foram capturados em São Paulo e levados à superintendência da PF no estado para prestar esclarecimentos. Outros dois homens são monitorados pela corporação no Líbano.
Além das prisões, foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão com o objetivo de obter provas de possível recrutamento de pessoas para a prática de terrorismo no Brasil. As ações ocorreram em São Paulo, em Minas Gerais e no Distrito Federal.
De acordo com a PF, recrutadores e recrutados podem responder pelos crimes de constituir ou integrar organização terroristas e de realizar atos preparatórios de terrorismo. Juntas, as penas podem chegar a 15 anos e seis meses de reclusão.
“Os crimes previstos na Lei de Terrorismo são equiparados a hediondos, considerados inafiançáveis, insuscetíveis de graça, anistia ou indulto, e o cumprimento da pena para esses crimes se dá inicialmente em regime fechado, independentemente de trânsito em julgado da condenação”, afirmou a Polícia Federal.
O Hezbollah é considerado um grupo terrorista por países como Reino Unido, Estados Unidos e Alemanha. Fundado no início da década de 1980, atua em diversas nações do Oriente Médio, entre elas o Líbano, e a maior fatia de apoio militar e financeiro é iraniana.
Segundo o Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, em 2020 o Hezbollah havia se tornado o ator não estatal mais fortemente armado do mundo, com pelo menos 130 mil foguetes e mísseis.
Após a operação da PF, a Confederação Israelita do Brasil manifestou “enorme preocupação com a prisão de terroristas no Brasil ligados ao grupo”. Em nota divulgada nesta quarta-feira, a confederação parabenizou as investigações e repudiou atos terroristas.
“O terrorismo, em todas as suas vertentes, deve ser combatido e repudiado por toda a sociedade brasileira. A Conib parabeniza a Polícia Federal, o Ministério Público e o Ministério da Justiça pela sua ação preventiva e reitera que os trágicos conflitos do Oriente Médio não podem ser importados ao nosso país, onde diferentes comunidades convivem de forma pacífica, harmoniosa e sem medo do terrorismo.”