Foi preso preventivamente na manhã desta quarta-feira (9), em Florianópolis, o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal Silvinei Vasques, em uma operação sobre interferência no segundo turno das eleições de 2022.
Os mandados foram autorizados pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Ao todo, segundo a Polícia Federal, estão sendo cumpridos dez mandados de busca e apreensão e um mandado de prisão preventiva em Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Distrito Federal e Rio Grande do Norte.
São alvos, além de Silvinei:
Luis Carlos Reischak, ex-diretor de Inteligência;
Rodrigo Hoppe, ex-diretor de Inteligência Substituto;
Wendel Benevides, ex-corregedor-geral;
Bruno Nonato, ex-PRF e hoje na Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT);
Anderson Frazão, ex-coordenador-geral de Gestão Operacional;
Djairlon Henrique Moura, ex-diretor de Operações; e
Antônio Melo Schlichting Júnior, ex-coordenador-geral de Combate ao Crime.
No dia 30 de outubro, durante o dia do segundo turno, a PRF realizou blitze em rodovias do Nordeste, influenciando na movimentação de eleitores, principalmente onde Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tinha vantagem sobre Jair Bolsonaro (PL) nas pesquisas de intenção de voto.
Ainda no mesmo dia, o presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Alexandre de Moraes, determinou a suspensão imediata das blitze. A ordem, no entanto, foi desrespeitada pela PRF.
O nome Operação Constituição Cidadã é referência à Lei Maior do Brasil, promulgada em 1988, que pela primeira vez na história garantiu a todos os cidadãos brasileiros o direito ao voto.
Segundo a PF, os crimes investigados incluem:
- prevaricação (que é quando um servidor público deixa de exercer o seu dever),
- violência política (impedir, com emprego de violência física, sexual ou psicológica, o exercício de direitos políticos), e
- impedir ou atrapalhar a votação (crime previsto no Código Eleitoral).