O magistrado foi atacado por três brasileiros de uma mesma família por volta das 18h45 no horário local (13h45 em Brasília). Eles foram identificados pela Polícia Federal e serão alvos de um inquérito. Segundo informações da PF, ao avistar o ministro, Andréia Mantovani o xingou de “bandido, comunista e comprado”.
Na sequência, o marido dela, o empresário Roberto Mantovani Filho, reforçou os xingamentos e chegou a agredir fisicamente o filho do ministro, um advogado de 27 anos. Ele teria dado um tapa no rosto do jovem.
E o homem identificado como Alex Zanatta Bignotto, genro de Roberto, se juntou aos dois primeiros disparando palavras de baixo calão contra a família do ministro. Mantovani e Zanatta são empresários do interior de São Paulo e voltavam de férias em família na Itália.
As informações foram confirmadas por interlocutores da PF e do Ministério da Justiça. Em razão do ofício, Alexandre de Moraes costuma ter a segurança pessoal, no Brasil e no exterior, garantida por policiais do Supremo Tribunal Federal (STF). A Corte não informou se o ministro estava sob escolta no momento da confusão.
Procurado pelo Estadão, Mantovani disse que não gostaria de comentar o episódio antes de prestar depoimento à PF para não comprometer a sua situação diante das investigações e evitar o que chamou de “revanchismo” por parte das autoridades.
Apesar de ser apontado pela PF como o indivíduo que agrediu o filho do ministro do STF, ele disse considerar que o ocorrido “não foi nada extraordinário”. Mantovani não quis comentar o episódio da agressão sob o argumento de que prefere aguardar as autoridades o acusarem dos possíveis crimes que possa ter cometido.
O episódio de hostilidades contra o ministro no aeroporto não se restringiu a três brasileiros, segundo os próprios identificados. Mantovani disse que a “confusão” envolveu outras pessoas, mas que ele “pagou o pato”.
“Eu só vi o ministro. Ele estava para entrar numa sala VIP. Eu passei por ali. Houve ali uma pequena confusão de alguns brasileiros, alguns foram embora e quem pagou o pato fomos nós, mas tudo bem, a gente tem que aguardar”, completou Roberto Mantovani.
A investigação aberta pela PF pode chegar a outros indivíduos, segundo o ministro da Justiça, Flávio Dino. A polícia vai pedir a cooperação das autoridades italianas para recuperar imagens de câmeras de segurança. “É possível que outros sejam identificados. E isso que eles chamam de ‘confusão’ eu chamo pelo nome certo: crimes”, afirmou ao Estadão.
Moraes estava acompanhado por familiares no aeroporto. O ministro retornava da Universidade de Siena, onde realizou uma palestra no Fórum Internacional de Direito. De lá, ele seguiu para outros compromissos na Europa e ainda não voltou ao Brasil.