Após aproximadamente duas horas de depoimento, o ex-presidente Jair Bolsonaro deixou a sede da Polícia Federal (PF) em Brasília. Ele foi ouvido no âmbito de um inquérito que investiga uma possível tentativa de golpe de Estado, supostamente articulada pelo senador Marcos do Val (Podemos-ES). O inquérito foi aberto em fevereiro pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. A Polícia Federal não revelou o conteúdo do depoimento. Bolsonaro chegou à PF por volta das 13h40 e iniciou o interrogatório por volta das 14h. A oitiva foi encerrada antes das 16h30. Ao conversar com a imprensa após sair do depoimento, Bolsonaro negou qualquer vínculo com Marcos do Val, embora tenha admitido ter participado de uma reunião com o senador e o então deputado federal Daniel Silveira no início de dezembro. O conteúdo dessa reunião está sendo investigado pela polícia, que suspeita que os três tenham discutido uma possível tentativa de golpe de Estado para invalidar as eleições realizadas pouco mais de um mês antes. Bolsonaro afirmou que permaneceu calado durante todo o encontro com os parlamentares, ambos da base de seu governo. Ele ressaltou que não houve discussão de planos ou qualquer outra ação relevante naquela ocasião. As suspeitas surgiram após o senador mencionar, durante uma audiência pública, que precisaria se ausentar para uma reunião com o ministro Alexandre de Moraes. Isso teria despertado interesse por parte de Silveira, que esperava obter alguma declaração do ministro admitindo ter ultrapassado os limites da Constituição. No entanto, Bolsonaro afirmou que não presenciou nenhuma conversa entre os dois parlamentares além desse episódio isolado.